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Empresário é indiciado por m0rt3 de gari em BH; delegada deve responder por ‘emprestar’ 4rm4

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Via @portalg1 | O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior foi indiciado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes. Segundo a Polícia Civil, ele deve responder por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. Se condenado após julgamento, a pena pode chegar a 35 anos de prisão.

crime aconteceu no último 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, na Região Oeste de Belo Horizonte, durante uma discussão no trânsito. Renê foi preso preventivamente e confessou que usou a arma de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. Ela foi indiciada por emprestar o armamento ao marido.

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29), o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) deu detalhes sobre a conclusão das investigações. Veja os principais pontos do inquérito policial:

• Provas testemunhais, interrogatório do investigado, perícias técnicas, análises de imagens de câmeras de segurança, informações fornecidas pela montadora do carro de Renê e dados do celular dele confirmaram a autoria do crime.

• O empresário foi indiciado por homicídio qualificado, por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa do gari Laudemir Fernandes, ameaça contra a motorista que dirigia o caminhão de lixo e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

• Com base na extração de dados do celular de Renê, os investigadores concluíram que o empresário realizou diversas pesquisas referentes às consequências do crime e desqualificaram o depoimento que ele deu sobre "não pensar que o disparo atingiu alguém".

• Ainda com base nas informações do aparelho, a Polícia Civil descobriu que a delegada sabia que o empresário fazia o uso da arma dela com constância e que estava com o armamento no dia do crime. Para os investigadores, ele demonstrava "fascínio" em estar armado.

• A mulher também foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo, em razão de estar previsto na lei o ato de "ceder" ou "emprestar". A pena para o crime varia de dois a quatro anos de prisão, podendo aumentar em até 50% pelo fato de ela ser servidora pública.

• Não foi possível confirmar se a delegada sabia do homicídio. "Há várias mensagens apagadas no celular dele. Isso dificultou essa conclusão sobre a ciência dela ou não da prática criminosa", explicou o delegado Matheus Marques.

Depois do indiciamento, o Ministério Público analisará o caso para, eventualmente, denunciar os investigados à Justiça. Se a denúncia for aceita, os acusados viram réus e serão julgados.

Relembre o caso

De acordo com a polícia, Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, ficou irritado com o caminhão de coleta de lixo que bloqueava a rua e ameaçou a motorista do veículo. Quando os garis tentaram intervir, ele desceu do carro armado e atirou. Laudemir Fernandes, de 44, foi atingido com um tiro e não resistiu aos ferimentos.

A arma usada no crime pertencia à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. Ela passou a ser investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil, foi afastada das funções por 60 dias para tratamento de saúde e, agora, indiciada por emprestar o armamento ao marido.

Renê foi preso em flagrante no mesmo dia do crime, em uma academia no bairro Estoril. Inicialmente, ele negou o crime, mas depois confessou em depoimento. Em carta escrita na prisão, o empresário chamou o ocorrido de “acidente” e “mal-entendido”.

A filha de Laudemir, uma adolescente de 15 anos, entrou com uma ação judicial pedindo indenização de R$ 500 mil por danos morais, pensão alimentícia e custeio de tratamento psicológico. A defesa também solicitou o bloqueio de até R$ 3 milhões em bens do empresário e da delegada para garantir o pagamento da indenização.

Foto: Arte/g1

Por Leonardo Milagres, Fernando Zuba, g1 Minas — Belo Horizonte
Fonte: g1

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