O g1 não conseguiu localizar as defesas dos investigados até a última atualização desta reportagem.
Segundo o delegado, Jefferson planejava transferir todo o patrimônio, avaliado em cerca de R$ 1 bilhão, para uma holding, o que excluiria os filhos da linha sucessória. A assinatura do novo testamento estava marcada para 29 de novembro de 2023, um dia após o assassinato. “Os filhos nunca tiveram relação afetiva com o pai, mas estavam ansiosos pelo dinheiro. É uma ânsia absurda por um patrimônio que ele construiu com muito trabalho”, afirmou Candeo.
"Os filhos queriam dinheiro. Eles chegam a ajuizar uma ação de interdição 60 dias antes do crime e, como não conseguem a liminar que esperavam, a situação se agrava. O senhor Jefferson pretendia assinar um testamento repassando todo o patrimônio para uma holding, da qual os filhos não eram sócios. Ele é morto um dia antes de formalizar esse documento.”
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| Jefferson Cury, fazendeiro morto em Quirinópolis, Goiás — Foto: Divulgação/PM |
Entenda o caso
O crime aconteceu por volta das 22h20, quando Jefferson e seu advogado foram abordados em uma propriedade rural às margens da GO-206. O fazendeiro morreu com um tiro no rosto, enquanto o advogado sobreviveu após ser baleado na cabeça. Segundo a investigação, um dos suspeitos chegou a dizer, logo após os disparos: “Agora a dívida está paga”, em referência a um débito de R$ 1,7 milhão do filho de um caseiro com o empresário.
Candeo explicou ainda que o corretor de imóveis preso lucraria ao menos R$ 50 milhões com a venda de fazendas após a morte do fazendeiro. “Ele já havia ganho R$ 12 milhões em apenas uma ligação, revendendo terras herdadas pelos filhos”, disse.
A polícia também apontou que o casal de caseiros e o filho deles participaram do crime, auxiliando na logística e repassando informações sobre os horários da vítima. Jefferson foi morto um dia antes de assinar o testamento que consolidaria a transferência de todo o patrimônio para a empresa. “É um caso comparável a Suzane von Richthofen, mas de forma mais intelectualizada, pelo grau de planejamento e pela motivação financeira dos envolvidos”, destacou o delegado.
"Eles sequer foram ao velório do pai. Enquanto a Polícia Militar ainda registrava a ocorrência, um dos filhos já assinava documentos do inventário. Isso mostra a ânsia absurda pelo patrimônio que Jefferson construiu ao longo da vida.”
Após o assassinato, os filhos não teriam esperado nem o fim da ocorrência registrada pela Polícia Militar para assinar documentos do inventário. A operação da Polícia Civil, chamada Testamento, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias.
Por Bárbara França, g1 Goiás
Fonte: g1

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