Caso Bernardo: Justiça retoma depoimentos nesta segunda

Professora do menino disse que ele tinha um "código de convivência" com pai e madrasta; dos quatro réus, somente Edelvânia Wirganovicz compareceu

A Justiça retomou nesta segunda-feira os depoimentos do caso do menino Bernado, assassinado em abril deste ano, aos 11 anos. Os depoimentos começaram a ser prestados na manhã de hoje Fórum de Três Passos, no Rio Grande do Sul. Sete testemunhas de acusação irão depor nesta segunda. Estão previstas as oitivas da ex-babá do menino, Elaine Wentz, a professora Simone Muller, a ex-secretária de Leandro Boldini, Andressa Wagner, e um casal que acolheu o menino.

Denunciada por homicídio triplamente qualificado, Edelvânia Wirganovicz está no local. No entanto, os outros réus do caso - o pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugolini e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz - foram dispensados de participar da audiência a pedido dos advogados de defesa.

Outras cinco audiências foram marcadas, todas fora de Três Passos. Através de carta precatória, as testemunhas serão ouvidas em Rodeio Bonito, Santo Ângelo, Frederico Westphalen, Soledade e Santa Maria. Somente após serem ouvidas todas as testemunhas de acusação, serão marcadas as audiências com as testemunhas de defesa. Ao todo, 77 testemunhas serão serem ouvidas no caso.

Surpresa

Uma das testemunhas que prestarão depoimento nesta segunda é o empresário Carlos Petry. Ele e a esposa Juçara recebiam Bernardo em casa. Muitas vezes o menino dormia na casa deles após brigas entre o pai e a madrasta.

Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta segunda, Petry comentou que não imaginava que a situação na casa dos Boldrini, onde o menino vivia com o pai e a madrasta, era tão crítica. “A vida do Bernardo não era muito fácil. Não era um mar de rosa. Mas nunca imaginávamos que fosse desse jeito que aparece nos vídeos”, disse o empresário. Recentemente, um vídeo divulgado pela Polícia Civil gaúcha mostra uma discussão entre o pai, a madrasta de Bernardo, Graciele, e o menino. Nas imagens, o garoto aparece pedindo socorro. Graciele continua ameaçando o enteado.

Depoimento

A professora de Bernardo, Simone Muller, foi a primeira a depor e afirmou que o menino nunca comentava o que acontecia em casa. Simone afirmou, no entanto, que Bernardo tinha um “código de convivência” com o pai e a madrasta e que precisava preparar a própria comida se quisesse jantar. Simone disse que a madrasta chegou a informa à escola que Bernardo sofreria de esquizofrenia. Para ela, a reação do casal após o desaparecimento do menino demonstrava despreocupação com o sumiço.

Fonte: veja.abril.com.br

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