Justiça condena site a pagar R$ 6 mil de indenização por danos morais a delegados do AC

http://goo.gl/3vRTWe | A Justiça do Acre condenou um site de notícias de Rio Branco ao pagamento de R$ 6 mil de indenização por danos morais a dois delegados, que trabalham na Delegacia de Flagrantes, também na capital. A decisão, assinada pelo juiz Marcos Thadeu, foi publicada no Diário da Justiça. A decisão ainda cabe recurso.

Ao G1, o proprietário do site, Cassiano Marques, disse que vai recorrer da decisão em todas as instâncias para garantir o direito de liberdade de imprensa. “Vamos recorrer à turma recursal e, se necessário, no Supremo Tribunal Federal para garantir essa liberdade. Nós informamos aos leitores aquilo que estava acontecendo na Delegacia de Flagrantes”, falou.

De acordo com o delegado Rodrigo Noll, um dos que ganharam a ação, o veículo de comunicação publicou, ainda em 2015, uma reportagem insinuando que a fuga de um suspeito da delegacia teria sido facilitada por ele. No entanto, Noll afirma que não estava de plantão no dia do ocorrido e, por isso, decidiu entrar na Justiça.

“O site, por diversos motivos, publicou matéria dizendo que o delegado tinha soltado o preso, dando a entender que teria sido de propósito ou por outra situação. Foram usadas expressões difamatórias dizendo que o delegado estava prejudicando o trabalho da imprensa. Eu nem estava trabalhando no dia”, afirma.

Noll acrescenta que na mesma reportagem o site escreveu sobre assuntos da vida pessoal do outro delegado – que, segundo o Diário da Justiça, chama-se Antônio Alceste. Conforme a decisão, Alceste também deve ser indenizado.

“Na mesma situação, o site acabou levando a público algumas situações da vida particular do outro delegado. Em tom irônico, eles [o site] tentaram difamar a imagem dos dois delegados. Ninguém foi entrevistado ou procurado para dar sua versão. Simplesmente foi feita a matéria”, ressalta.

Cada um dos delegados deve receber indenização no valor de R$ 3 mil. Sobre o montante, Noll afirma que ficou muito abaixo do esperado. Além disso, o delegado afirma que o veículo já foi denunciado criminalmente.

“O valor talvez seja insignificante ao site e pode fazê-lo entender que vale a pena difamar alguém. Achei que a reprimenda não tenha sido suficiente, porque hoje foi comigo e amanhã pode ser com qualquer um. A responsabilidade de quem faz uma matéria é grande, porque vai ser tido como verdade pelo menos para a grande maioria das pessoas”, diz.

O G1 também tentou entrar em contato com o delegado Antônio Alcesce por telefone, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.

Por Caio Fulgêncio
Fonte: G1
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