Líderes de grupo preso na 'Gabarito' já respondiam por fraudes em outros concursos

goo.gl/Cpz5Dg | Pelo menos quatro suspeitos presos durante a Operação Gabarito, na Paraíba, já respondiam em liberdade por fraudes em concursos, segundo o delegado de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF), Lucas Sá. A Polícia Civil desarticulou um grupo suspeito de fraudar pelo menos 60 concursos desde 2005.

Os quatro são considerados líderes do esquema. Um deles, José Marcelino da Silva, chegou a ser preso por fraude em um concurso para auditor fiscal no município de Olinda, em Pernambuco, em 2014. Ele foi preso em flagrante e liberado e estava cumprindo medidas cautelares.

Outros três suspeitos - Flávio Borges, Vicente Borges e Kamilla Marcelino - não chegaram a ser presos, mas respondiam por fraudes no concurso do Conde, no Litoral Sul da Paraíba, em 2016, em uma investigação do Ministério Público.

"A defesa entende que nada de concreto existe. Vamos aguardar a finalização desse inquérito. Repito e sou exaustivo, até hoje, não existe nada de contundente contra esses rapazes", declarou o advogado de defesa dos suspeitos, Aécio Farias.

A operação aconteceu no domingo (7), quando 19 pessoas foram presas em João Pessoa e no Rio Grande do Norte, durante a realização do concurso do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Segundo o delegado Lucas Sá, outras 21 pessoas ainda são procuradas por envolvimento no esquema.



Operação Gabarito: mais 21 pessoas são suspeitas de fraudar concursos

Como o esquema fraudava concursos

As fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões. A audiência de custódia dos 19 presos no domingo aconteceu na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça manteve a prisão dos suspeitos. A polícia investiga a participação de pelo menos outras 21 pessoa no esquema.

O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas. “Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explica Lucas Sá.

Segundo o delegado, os “clientes” do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais. “São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse o delegado.



Irmãos foram presos em casa localizada em condomínio de luxo em João Pessoa (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)

Fonte: g1 globo

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