O advogado é como o vinho: com o passar dos anos fica ainda melhor! Por Jean de Menezes

goo.gl/XiV6sA | Fala moçada! Tudo certo, firmeza? A ideia desta coluna é ser útil aos estudantes e novos advogados, por isso, peço aos leitores que me enviem pautas in box para que eu possa escrever sobre elas, tal como fiz algumas vezes e foram um sucesso. A coluna não é minha, é nossa, por isso conseguimos chegar até aqui e vamos além!

Pois bem, chega de papo-furado. Advogar é minha vida. Devo tudo o que tenho graças a esta profissão que considero sagrada. A sensação de lutar e conseguir a liberdade de um ser humano é inenarrável. Não sou hipócrita e não acredito em vida sem liberdade; sem mencionar as terríveis condições materiais e estruturais dos nossos presídios, em especial a do Presídio Central de Porto Alegre; gosto de atuar na defesa de alguém, pois o opressor de ontem (réu), é o oprimido de hoje frente ao poder estatal, que faz o que bem entender com o cidadão, tira-lhes os bens e sua liberdade na canetada desferida por um magistrado.

Quando criança, tinha o sonho de um dia me tornar um jogador de futebol profissional, assim como todo o menino, no entanto, a precoce aposentadoria do atleta futebolístico geralmente próxima dos trinta anos me assustava. Pensava eu: Poxa vida! Na flor da idade, ter que se aposentar, que triste deve ser isso. Uma entrevista do jogador do Zico, o eterno Galinho de Ouro da Gávea, reforçou esta ideia no meu coração. Disse ele, ainda bem jovem, logo após sua aposentadoria: Ainda ouço as vozes dos torcedores gritando meu nome. Ele falou isso com um sentimento que jamais esqueci. Que triste deve ser deixar fazer o que se tanto gosta, de maneira tão prematura. Definitivamente, eu não teria sido jogador de futebol. Uma por não tido talento para isso e também pelo fato de não aceitar uma aposentadoria precoce.

Porém, na advocacia, tudo é diferente. Vocês não sabem a alegria com que fico ao trabalhar com advogados mais experientes, alguns beirando os oitenta anos de vida e com entusiasmo de um estagiário. Seus olhos brilham. Nas audiências, esses senhores se destacam; a voz não envelhece, a oratória bem-posta jamais é esquecida e estes mestres conquistam o respeito, pois tem muita experiência de vida e profissional e na advocacia experiências profissionais contam. E como contam!

Esses “vovozinhos” já atuaram nos mais diversos tipos de processos e conseguem prever que tipo de resultado no julgamento irão obter. Nota-se que o advogado mais experiente goza de alto prestígio junto ao magistrado bem como com o MP. Só o tempo de estrada daquele profissional muitas vezes soma as idades de juiz e promotor e como não respeitar aquele que já viu muito de tudo? Impossível!

Penso nos grandes advogados que desencarnaram e que mesmo com a idade avançada trabalhavam como meninos: Osvaldo de Lia Pires, Evandro Lins e Silva e outros tantos partiram deste plano, atuando nestes foros deste mundo de meu Deus. Nós advogados, com o passar dos anos, somos cada vez mais respeitados e solicitados pelos clientes!

Como não destacar o ilustre criminalista Amadeu Weinmann, que continua advogando e palestrando por todo o país? Como eu amo está profissão, que faz de mim um ser humano melhor e que cada ano que se passa me sinto mais pronto a trabalhar. O passar dos anos me deixa mais seguro. Advogo há apenas doze anos, mas eu peço em minhas orações que Deus me dê saúde para quando ficar bem velhinho e poder continuar advogando sem parar, com a mesma força e energia.

Esta coluna é uma homenagem aos advogados que já passaram dos setenta anos e que continuam a abrilhantar os foros, tribunais e as mais altas cortes deste país.

Obrigado meus velhos, por continuarem a nos inspirar e ensinar também. Vocês advogados mais experientes são joias raras, vinhos raros, que com o passar do tempo só melhoram. Que alegria ser advogado; não conheço profissão mais linda!

Forte abraço a todos e até a próxima!

Por Jean de Menezes Severo
Fonte: Canal Ciências Criminais

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