Diretora do Sindidoméstico faz 'vaquinha' para arrecadar R$ 50 mil e se tornar advogada

goo.gl/wXJD7y | Com o objetivo de arrecadar R$ 50 mil para concluir o curso de direito, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos no Estado da Bahia (Sindidoméstico), Marinalva de Deus Barbosa, está promovendo, desde o último mês de novembro, uma vaquinha virtual.

A campanha da estudante do 6º semestre da Faculdade Batista Brasileira arrecadou, até a publicação desta reportagem, pouco mais de 5% da meta. Os colaboradores têm até março para doar qualquer valor. A contribuição deve ser realizada por meio do link: www.vakinha.com.br/vaquinha/marinalva-rumo-ao-diploma-de-direito.

Além do pagamento de R$ 976 da mensalidade do curso, o montante arrecadado, segundo Marinalva, será utilizado na aquisição de livros e xerox.

"Ainda é caro completar o ensino superior. Em quatro anos de curso, só tive condições de comprar uns três livros", confessa a diretora do Sinddoméstico.

Esforço

Marcada pela superação, a caminhada da maragogipana Marinalva começou em 1985, quando, aos 18 anos, juntou o pouco dinheiro que ganhava como empregada doméstica em Salvador para tirar o registro de nascimento.

À época, a jovem Marinalva não sabia ler e escrever. "Pegava ônibus olhando para a cor, pois não compreendia os letreiros", conta. Embora frequentasse a escola em horário oposto ao trabalho, o desgaste do ofício prejudicava o aprendizado. Marinalva, então, foi alfabetizada aos 20 anos.

A compreensão das palavras significou o desenvolvimento da consciência política. Hoje, além de representar uma categoria de trabalhadores domésticos, ela participa do Movimento Negro Unificado. "Admiro o trabalho pacificador de Nelson Mandela e os ideais feministas da escritora americana Angela Davis".

Com o futuro exercício da advocacia, Marinalva pretende trabalhar junto às pessoas menos favorecidas, como mulheres em situação de vulnerabilidade e grupos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBTS). "Há projetos para esse público, mas ainda é algo muito teórico e mal administrado. Eu, por participar ativamente dos movimentos de luta pela igualdade, acredito que vou dar minha contribuição como advogada".

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

Por Francisco Artur
Fonte: www.atarde.uol.com.br

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