R$ 10 mil: dono de bar terá que indenizar cliente chamada de 'chinelona' em rede social

bit.ly/2IN2Zun | O dono de um bar em Itajaí, no Vale, foi condenado a indenizar em R$ 10 mil, por danos morais, uma cliente chamada de "chinelona" nas redes sociais em 2016, após avaliar negativamente um estabelecimento comercial da Praia Brava, que a impediu de consumir no local sob a alegação de que não atendia pessoas com caixa térmica. Na época, ela estava junto com a irmã e amigas que também foram chamadas de "farofeiras" e o caso mobilizou um protesto com "farofada".

A decisão, divulgada na quarta-feira (24) pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), partiu do juiz Rodrigo Coelho Rodrigues, titular da 4ª Vara Cível da comarca de Balneário Camboriú, Litoral Norte catarinense, ocorreu no dia 9 de abril e cabe recurso.

Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a mulher estava na praia com amigas e entraram no bar para comer. O garçom teria negado o atendimento afirmando que o local não atendia pessoas com caixa térmica.

Após a situação, a mulher usou as redes sociais para fazer uma crítica ao estabelecimento. Então, o dono do bar passou a difamá-la, também por meio das redes sociais, com palavras ofensivas, como: "xinelona (sic) que leva isopor para a praia".

O estabelecimento e o proprietário foram condenados a pagar de R$ 10 mil a título de danos morais, com correção e incidência de juros legais ao mês, contados da data do fato, novembro de 2016.

O processo foi movido por Marina Zotto Benassi, irmã de Mariana Benassi, que também fez postagens na rede social. Ao G1 SC, Marina comemorou o resultado da decisão. "Não esperava mais, faz tanto tempo. Espero que ele pague. Na época, as pessoas tomaram as dores porque foi antiético", disse.

A reportagem tentou falar com a defesa do empresário e também no estabelecimento, sem contato até esta publicação.

O caso
Em 2016, moradores fizeram protesto no local chamado de 'Farofada', já que as jovens também foram chamados de farofeiras pelo dono de um bar.

A manifestação foi combinada pelas redes sociais e muitas pessoas aderiram. Os participantes levaram alimentos e bebidas para consumo na praia.

Garçom não forneceu guarda-sol


Na época, o advogado dela, Thiago Fernandes dos Santos, afirmou que o local se recusou a fornecer guarda-sol e cadeiras porque o grupo estava com uma caixa térmica.

Segundo o advogado, mesmo após as jovens informarem que pediriam comida no estabelecimento, o garçom se recusou a fornecer os equipamentos. Procurado pelo G1 em 2016, o proprietário do bar disse que prioriza os clientes que estão consumindo e que "errou" na resposta na rede social.

O caso ocorreu no dia 15 de novembro, segundo o advogado de Mariana Bessani, que postou a reclamação. "Elas estavam em cinco amigas na Praia Brava em Itajaí. Elas pediram ao garçom um guarda-sol e umas cadeiras. O garçom disse que, por estarem com cooler de bebida, não serviriam esses materiais. Ela questionou, disse que iria consumir no bar, mas ele disse que não faziam questão de atender quem está com cooler", relatou o advogado Thiago Fernandes.

"Ele teria colocado isso de forma grosseira e disse que, se quisesse, ela poderia reclamar com o dono do bar. Ela foi reclamar, ele deu de ombros e disse que esse era o procedimento da casa. Ela disse que ia reclamar na rede social".

Depois do ocorrido, Mariana postou uma reclamação na página do bar. Segundo ela, o proprietário respondeu: "Não atendemos ninguém com caixa térmica, isopor e outros". A resposta causou indignação e o proprietário chamou amigas de "farofeiras" várias vezes.

Em 2016, o dono do bar, com o nome de Tim Jones na rede social, também relatou ao G1 o que ocorreu. "A gente trabalha com atendimento de praia aqui. Os garçons são instruídos a atender quem consome no bar. Nesse dia, ocorreu que o garçom orientou que não podia usar banheiros e duchas porque elas estavam com a térmica. Ela pediu material para usar e ele explicou que a prioridade é para quem está consumindo no bar".

"Ela fez uma crítica na nossa página. Eu respondi, a conversa foi tomando corpo. Ela me pegou num dia ruim e eu errei. Não devia ter respondido daquela forma. A gente vai fazer uma nota na página", disse. "Eu vou me retratar, errei, admito e a vida segue. O bar está aqui de portas abertas. Quem me conhece sabe do empenho que eu tenho para manter um bom atendimento", completou.

Fonte: g1 globo

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