“Eu usava toga. Sim, há um ano, eu troquei a toga, o terno e a gravata por uma camiseta preta. Eu pedi exoneração do cargo de juiz de direito, o cargo dos sonhos, de um sonho que tive, mas que, depois, mudou.
E este não é um texto sobre mim. Sobre mim, eu falo no espelho, na mesa de casa, na sessão de análise. Este texto é sobre a vida. E sobre as lições que extraí do que fiz.
Primeira. O fato de termos nos dedicado por anos para que algo desse certo não nos obriga a continuar com esse algo para sempre. Ao longo da vida, você muda e, então, as coisas precisam mudar também. O nome disso é coerência. Pouca gente tem.
Segunda. Ousadia é seguir seu coração, mas tendo um plano A, um plano B e um bom conselho. Sem planos e sem conselhos, não há ousadia, mas imprudência. Não confunda.
Terceira. As grandes decisões da vida sempre desembocam em dois sentimentos: medo e desejo. O que você fará dependerá do sentimento prevalente no momento. Eu deixei que o desejo vencesse. É que eu me vali de Caetano e “respeitei muito as minhas lágrimas, mas muito mais o meu sorriso”.
Quarta. Há um momento em que Jesus chama Pedro para fora do barco. Em algum momento da vida, Cristo convida você a andar sobre as águas. Naquele momento, ou você olha para as circunstâncias, ou você olha para Jesus. Quem decide pelo segundo olhar, vive o extraordinário.
Portanto, não tenha medo de mudar, seja ousado e respeite o seu desejo. Mas lembre-se: tenha um plano, um conselho e os dois pés no chão, ou melhor, na água. Tenha fé. A fé muda a perspectiva da vida.”
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