Ouvidor pede norma contra bullying após ataques a PM que não agiu

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Via @metropoles | O ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido Silva, pediu para o comando do Polícia Militar (PM) elaborar uma norma que proíba a disseminação de conteúdos “depreciativos, jocosos ou que firam o moral de indivíduos” em grupos de policiais.

O pedido foi feito após a policial militar Tamires Borges ser alvo de bullying por meio de memes e mensagens de misoginia em grupos de WhatsApp porque não agiu durante uma polêmica abordagem ocorrida em frente à estação Carandiru do Metrô, na zona norte paulistana, no último domingo (12/11).

Na ocasião, um homem, posteriormente identificado como policial civil Paulo Kim, apontou uma arma para um jovem negro suspeito de tentar praticar um assalto no local. A PM, que estava fardada e testemunhou a cena, foi abordada pelo repórter fotográfico que filmou o episódio com um pedido para fizesse uma intervenção.

Tamires, contudo, diz ao autor do vídeo que está de folga e o orienta a ligar para o número 190 da PM. Na sequência, o jovem que estava sob a mira da arma se aproxima e ela chuta o rapaz para afastá-lo. O autor do vídeo (veja abaixo) reclama e diz que a polícia “não serve para nada”, momento em que Tamires ameaça prendê-lo.

Após a repercussão do vídeo, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse a soldado Tamires Borges vai responder criminal e disciplinarmente pela omissão durante a abordagem. À CNN, a policial disse foi “crucificada” e que está “sob forte pressão psicológica”.

O ouvidor emitiu uma nota na qual afirma que “repudia qualquer forma de violência, incluindo as de ordem psíquica e emocional, como a que vem ocorrendo neste momento com a policial militar”.

“Uma série de memes foram produzidos e tem ganhado ampla circulação em grupos de policias em redes como WhatsApp, causando sofrimento psíquico à referida policial, enquanto seu comportamento encontra-se ainda em processo de instrução pelos canais correcionais competentes”, afirmou a ouvidor

A Ouvidoria afirmou ainda que “tem como um de seus eixos de trabalho a saúde mental das forças policiais e não pode compactuar com procedimentos eivados de preconceitos e misoginia que, bem sabemos, tendem a crescer e causar prejuízos irreparáveis, sobretudo às mulheres”.

Segundo a SSP, a PM está afastada de suas funções até a conclusão de um inquérito policial militar instaurado para apurar sua conduta. A ouvidoria também afirmou que pediria o afastamento e desarmamento do investigador Paulo Kim, que protagonizou a ocorrência.

Como mostrou o Metrópoles, Paulo Kim já teve a arma apreendida no passado em meio a uma investigação sobre suposta ameaça à própria irmã e um tiro disparo na casa da mãe. Ele foi absolvido na esfera administrativa. Uma denúncia do Ministério Público de São Paulo pela ameaça à irmã prescreveu na Justiça.

Na última sexta-feira (17/11), o policial civil publicou um vídeo no qual afirma que reagiu a uma tentativa de assalto praticada pelo jovem negro que ele abordou com a arma e negou ter sido racista.

Por Luiz Vassallo
Fonte: metropoles.com

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