Márcia foi morta em 21 de dezembro de 2020. As imagens do circuito interno de segurança do imóvel foram encontradas dentro do forno do fogão. A gravação mostra, na data do crime, a mãe e o filho em luta corporal.
Os dois chegaram a cair no chão, e o jovem ficou em cima da dela. Ele apertou o pescoço da mãe e, em seguida, começou a dar socos nela.
Márcia parou de reagir e Bruno a deixou no quarto. Nas imagens é possível ver que ele seguiu para a sala, onde se sentou para assistir televisão.
Na manhã seguinte, o jovem ainda saiu de casa e retornou, momento em que acionou a polícia dizendo ter encontrado a mãe morta.
Foto: Reprodução/Redes Sociais |
O caso foi investigado pela Delegacia Sede de Guarujá. O inquérito policial com o indiciamento foi concluído em 31 de maio de 2021 e encaminhado à Justiça. A prisão temporária de Bruno foi determinada pouco depois.
Uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) diz que Bruno deve ser levado ao tribunal do júri e não poderá aguardar o julgamento em liberdade.
"Trata-se de crime extremamente grave e o réu não demonstra que pretende cooperar para a aplicação da lei penal. Logo, fica mantida a decisão que decretou a prisão preventiva do acusado", afirmou a juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal de Guarujá.
Na foto, Bruno Eustáquio Vieira, procurado pela polícia, e a mãe, morta em dezembro de 2020 |
À época, em documento enviado ao TJ-SP e obtido pelo g1, o advogado Anderson Real Soares, responsável pela defesa de Bruno, alegou que o laudo necroscópico apresenta contradições e informações incompletas. Ele acrescentou que não há comprovação de que a motivação seria a herança.
Para o advogado, houve cerceamento de defesa, ou seja, quando as provas constatadas no processo não são suficientes para o julgamento.
"Provas produzidas unilateralmente pelos órgãos da acusação penal não servem para o processo penal e não podem basear condenações, muito menos suposições e teorias colocadas pela acusação", afirmou Anderson.
Foto: Reprodução |
O TJ-SP, no entanto, discordou da alegação da defesa e manteve a decisão de primeiro grau de que Bruno deve ser levado ao júri.
A defesa ainda pediu que o acusado não seja julgado por feminicídio. De acordo com ele, não há elementos de que a motivação estava relacionada a vítima ser uma mulher ou provas de um histórico de violência doméstica.
O g1 tentou contato com o advogado, mas não o localizou até a última atualização desta reportagem.
Polícia Civil divulgou possíveis disfarces de jovem procurado por matar a mãe |
Fonte: g1