A 10ª Vara Criminal de Fortaleza recebeu a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra Israel Leal, e ele virou réu, por dois crimes de importunação sexual, no último dia 16 de agosto.
A denúncia do MPCE, apresentada no dia 9 deste mês, concluiu que estão "presentes indícios de materialidade e autoria delitiva do crime de importunação sexual, em especial pelos elementos de prova carreados aos autos, especialmente pelos depoimentos das vítimas e testemunhas".
O advogado Bruno Queiroz Oliveira, que representa a defesa de Israel Leal, afirmou que ainda não tomou conhecimento da denúncia e que "na investigação, a única testemunha que analisou o vídeo do fato ocorrido, no caso a síndica do prédio, informou em depoimento que não houve qualquer postura inadequada por parte do investigado".
"A defesa destaca que as supostas vítimas não registraram boletim à época dos fatos e que Israel provará sua inocência nesse caso." Bruno Queiroz Oliveira — Advogado de defesa
Como aconteceu o crime
O Ministério Público detalhou, na denúncia, que mãe e filha vítimas do crime de importunação sexual estavam em um elevador, junto de Israel Leal e da esposa, em um prédio na Rua Barão de Aracati, em Fortaleza, na noite de 18 de dezembro de 2022.
"No momento, o casal encontrava-se ao fundo do elevador e a declarante e sua filha estavam posicionadas mais a frente, quando (a declarante) sentiu o homem passando a mão em suas nádegas, momento em que se afastou, porém o acusado aproximou-se novamente e 'apertou' suas nádegas. Disse que ficou sem reação e com medo do que poderia acontecer, em razão da esposa do indivíduo estar presente." Ministério Público do Ceará — Em denúncia
O elevador parou na recepção do prédio, e os quatro ocupantes saíram. "A declarante e a sua filha continuaram andando, o acusado as seguiu e novamente 'passou' a mão nas nádegas da declarante. Ao saírem do prédio, as vítimas dirigiram-se a um carro de aplicativo e quando estravam no veículo o acusado reiterou a conduta de apalpar as nádegas da vítima e esta verberou 'esse homem só pode estar louco'", continuou a denúncia.
Quando chegaram em casa, a filha revelou à mãe que o homem do elevador também teria apertado as suas nádegas. Na época do crime, as duas mulheres decidiram não levar o caso à Polícia, pois acreditavam que "não ia dar em nada".
Mãe e filha decidiram denunciar o empresário Israel Leal somente no dia 18 de março de 2024, quando receberam um vídeo pelas redes sociais em que o mesmo homem cometia importunação sexual semelhante contra a nutricionista Larissa Duarte Aguiar - este caso ocorrido em um prédio comercial, no bairro Aldeota, em Fortaleza, no dia 15 de fevereiro deste ano.
Por Messias Borges, messias.borges@svm.com.br
Fonte: diariodonordeste.verdesmares.com.br