Pelas imagens, é possível ver que o paciente, sentado numa cadeira de rodas e falando ao celular na recepção do hospital, parecia estar agitado. Num determinado momento, ele gesticula em direção ao segurança, que caminhava até ele, e ambos parecem discutir brevemente.
O paciente, então, tenta se levantar da cadeira de rodas, mas é agressivamente empurrado pelo segurança e cai de costas no chão. Quando tenta se levantar, é novamente empurrado. Os dois voltam a discutir. Um outro segurança que estava no local apenas observa a cena.
Quando finalmente consegue se levantar, o paciente é novamente empurrado, agora contra uma parede. Em seguida, o segurança acerta um chute na região do quadril do paciente, que volta a cair no chão.
O homem se levanta mais uma vez e caminha em direção ao segurança, mas é novamente empurrado e cai de bruços no chão. Ele se levanta e, de novo, anda na direção do agressor, mas é derrubado outra vez.
Na sequência, o segundo segurança parece segurar o braço da vítima, que, mesmo no chão, tenta se defender com chutes.
Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que os seguranças eram terceirizados e foram demitidos. O município disse que repudia os atos de violência praticados pelos funcionários e que as orientações e os treinamentos para todos os colaboradores de segurança e controladores de acesso serão reforçados (leia íntegra abaixo).
A TV Globo pediu mais detalhes da ocorrência para a Secretaria da Segurança Pública (SSP), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Comissão de Diretos Humanos OAB
Por meio de nota, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Bernardo do Campo repudiou o que aconteceu no hospital e informou que pedirá providências à prefeitura. E classificou como tortura as agressões cometidas pelo funcionário contra o paciente.
"A Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Bernardo do Campo repudia os atos covardes de violência cometidos por um segurança nas dependências do Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, conforme imagens exibidas pela TV Globo. Quem se dirige a um Hospital procura atendimento e acolhimento e não agressões e violência. Ao submeter uma pessoa com deficiência, um cadeirante, a intenso sofrimento físico e psicológico, o autor das agressões pode responder por crime de tortura", informa trecho do comunicado. "Já o outro segurança que presenciou e nada fez diante das agressões, pode responder por omissão diante da prática de tortura".
"A Comissão de Direitos Humanos da OAB SBC se coloca a disposição da vítima e de seus familiares para acompanhar as investigações policiais visando a punição dos responsáveis. A Comissão também vai oficiar a prefeitura para que o contrato com a empresa de segurança que presta serviços no Hospital de Urgência seja reavaliado, para verificar como são recrutados, contratados e capacitados os seguranças", continua o texto assinado pelo advogado Ariel de Castro Alves, presidente da comissão.
O que diz a Prefeitura de São Bernardo do Campo
Leia a íntegra da nota:
"A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, repudia os atos de violência praticados por dois seguranças terceirizados contra um paciente no Hospital de Urgência. A empresa de segurança foi notificada, os seguranças foram desligados e serão reforçadas as orientações e treinamentos para todos os colaboradores de segurança e controladores de acesso. A Prefeitura de São Bernardo reitera que não compactua com nenhum tipo de violência e que todas as medidas administrativas estão sendo tomadas para que essa triste situação não se repita e para que os envolvidos sejam exemplarmente punidos".
Por Patrícia Marques, TV Globo e g1 SP — São Paulo
Fonte: g1