A venda iniciou-se em 2022, como plano de levantar fundos diante das restrições impostas pela pandemia. Os 20 cavaletes originais, do período entre 1968 e 1996, foram oferecidos pelo valor de R$ 75 mil cada. Outros cinco ainda estão à venda pelo mesmo valor na própria loja do museu.
Segundo o Masp, as peças já não estavam adequadas para serem exibidas segundos “padrões museológicos atuais”, quebrando com facilidade. Por conta disso, a administração do espaço solicitou réplicas modernizadas em 2015 que “respeitassem a concepção original de Bo Bardi”. Os cavaletes originais foram então oferecidos a patronos do museu e, em seguida, ao público geral.
Em nota ao Metrópoles, o Iphan afirma que não foi comunicado sobre essas transações e defende que todo o patrimônio do museu é tombado em nível federal, fato que não necessariamente impede a comercialização das peças. “Ressalta-se que, em regra, a comercialização de acervos tombados privados não é proibida, já que o tombamento não incide sobre o direito de propriedade dos bens. Contudo, reitera-se que tal venda deve ser comunicada ao Iphan”. O órgão declara ainda que abriu um processo administrativo no dia 5 de junho para apurar em que situação se encontra atualmente as peças tombadas.
A administração do museu, porém, entende que o tombamento não é específico a cada peça e sim ao conjunto expositivo de Lina Bo Bardi como um conceito geral. Por isso, mesmo que sejam réplicas dos originais que retornam ao museu, a preservação ainda assim está mantida.
“O parecer do Iphan ressalta o valor das peças enquanto expressão de um conceito, e não como bens tombados de maneira individual e autônoma. Tal entendimento foi ratificado pelo museu”. O Masp diz ainda que a venda dos cavaletes respeita os marcos legais de preservação do patrimônio e reafirma o compromisso com a trasnparência administrativa e a valorização do legado de Bo Bardi, “conciliando preservação histórica com práticas museológicas atuais”.
Por Júlia Queiroz
Fonte: metropoles.com