Segundo informações da família, ela foi levada ao hospital no sábado (2) com fraturas na face e edemas pelo corpo – resultados da sequência de cotoveladas e socos dados por Cléber Lúcio Borges, de 55 anos, na madrugada da sexta (1º).
A vítima só teve alta médica nesta quarta-feira (6), cinco dias depois. Um laudo médico ainda será finalizado para indicar a extensão dos machucados.
Durante a internação, os médicos alertaram à mãe da mulher agredida que aqueles ferimentos tinham características de violência – e foi a mãe quem acionou a Polícia Civil.
Cléber foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (6), em casa. Mas não só pela agressão: ele mantinha duas armas de fogo e farta munição em casa, sem qualquer autorização legal.
O agressor é empresário do ramo de móveis e tem empresas no Distrito Federal e em Goiás. Em nota (íntegra abaixo), a defesa de Cléber Lúcio afirmou que vai se manifestar na Justiça, no decorrer do processo e que o caso ainda está em apuração.
Câmeras registraram violência
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o empresário espanca a mulher no elevador. Ao todo, a agressão dura quase quatro minutos.
A vítima chama o elevador e, quando as portas se abrem, é surpreendida por Cleber Lúcio Borges – que aparece já dando um soco.
Dentro do elevador, as agressões continuam. A mulher leva mais socos e cai no chão. Depois, se levanta e tenta reagir, dando tapas no companheiro. Em resposta, leva mais socos e cotoveladas.
Quando as portas do elevador se abrem novamente, o homem sai – e a mulher, ainda caída, aperta os botões de outro andar.
Processo em andamento
De acordo com as investigações, a mulher já foi vítima de outras agressões. Até esta semana, ela nunca tinha procurado as autoridades.
A investigação segue em andamento. Isso porque, em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que processos ligados à Lei Maria da Penha não dependem da vontade da vítima.
"Nós vamos analisar a gravidade da situação. A polícia, a Justiça, o Ministério Público vão agir independente da vontade da vítima. Pra que? Pra garantir a segurança da mulher, preservar a vida dessa mulher", afirmou o delegado.
'Desentendimento' levou ao espancamento
Segundo o delegado Marcos Loures, a vítima foi ouvida "informalmente" ainda no hospital. Ela confirmou as agressões e disse que, no episódio da última semana, a briga começou com um "desentendimento" na saída de um casamento.
"Eles foram a uma festa de casamento e, na saída, se desentenderam por uma questão de quem ia conduzir o carro, quem ia dirigir. E acabaram, por uma questão pequena, tendo essa discussão", relatou o delegado, com base no relato da vítima.
Armas não registradas
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Apreensão feita pela PCDF — Foto: Reprodução/PCDF |
Cléber foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (6), em casa. Mas não só pela agressão: ele mantinha duas armas de fogo e farta munição em casa, sem qualquer autorização legal (veja foto acima).
Segundo a Polícia Civil, ele não tem porte nem registro das armas.
Cléber pagou fiança de R$ 25,9 mil e foi liberado da prisão em flagrante. No entanto, até a noite desta quinta, ele seguia preso preventivamente por decisão da Justiça – já que não cabe fiança no processo pela agressão à companheira.
"Se não fosse o crime de violência doméstica, ele teria sido colocado em liberdade. Mas como ele também estava com a preventiva, ele continuou preso", explicou Loures.
O que diz o agressor
Leia abaixo a nota enviada à TV Globo pelo advogado Thyago Batista Ribeiro, que atua na defesa de Cléber Lúcio:
"A defesa técnica do investigado informa que as manifestações necessárias ocorrerão nos autos do processo. O caso está em fase de apuração, e as condutas mencionadas em reportagem ainda não foram objeto de denúncia. Todas as medidas de defesa cabíveis estão sendo tomadas. O investigado tem total interesse na elucidação dos fatos e reitera sua idoneidade."
Por Michele Mendes, TV Globo — Brasília
Fonte: g1