“A UFPR analisa a situação ocorrida com a professora Melina Fachin na última sexta-feira (12/9). Ela será debatida em reunião do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad) da universidade na próxima terça-feira (16/9)”, diz a nota da universidade.
Até o momento, a UFPR não detalhou se abrirá procedimento interno para apurar a ocorrência. A universidade reiterou, no entanto, que o caso será apreciado oficialmente pelo Coplad. O Metrópoles tentou contato com Melina Fachin, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
O que aconteceu com Melina Fachin
Na última sexta-feira (12/9), Melina, que é professora e diretora da Faculdade de Direito da instituição, foi alvo de xingamentos e de uma cusparada no campus da universidade, em Curitiba. Segundo relato do marido dela, o advogado Marcos Gonçalves, um homem branco se aproximou da docente, chamou-a de “lixo comunista” e cuspiu em sua direção.
Em nota publicada nas redes sociais, Gonçalves classificou o ataque como reflexo do “discurso de ódio propagado pelo radicalismo de extrema direita”. “Esta violência é fruto da irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que se alinharam com o discurso de ódio propalado desde o esgoto do radicalismo, que pretende eliminar tudo que lhe é distinto”, escreveu.
OAB se manifesta
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também se manifestou e repudiou “veementemente” o episódio.
“A democracia exige o respeito às liberdades, ao pluralismo e à convivência pacífica, sobretudo no espaço acadêmico, que deve ser preservado como ambiente de diálogo e de construção do conhecimento — jamais como palco para violência, intolerância ou tentativas de silenciamento”, destacou a entidade.
Outros episódios recentes
O caso ocorre poucos dias após outro episódio de tensão no campus da UFPR. Em 9 de setembro, um grupo de estudantes bloqueou o acesso ao prédio da Faculdade de Direito durante o evento “O STF e a interpretação constitucional”, que teria a participação do vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e do advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini.
Parte dos alunos classificou a atividade como “antidemocrática”.
Por Manuela de Moura e Pablo Giovanni
Fonte: metropoles.com