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Césio-137: advogados e médico são suspeitos de golpe de R$ 79 milhões com fraudes em benefícios

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Via @metropoles | Uma nova fase da operação policial que investiga o chamado Golpe do Césio 137 foi deflagrada nesta quinta-feira (30/10) e tem como alvos advogados, médico e engenheiro suspeitos de fraudarem benefícios milionários com base em suposta exposição ao Césio-137.

De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), são cumpridos cinco mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão na Região Metropolitana de Goiânia. No entanto, os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

Segundo a corporação, o grupo atuava falsificando documentos para obter isenção de Imposto de Renda alegando exposição ao material radioativo, decorrente do acidente que aconteceu em Goiânia em 1987. O esquema teria causado um prejuízo estimado em R$ 79 milhões e dano efetivo apurado em cerca de R$ 1,7 milhão.

Fraudes em benefícios

A operação policial é realizada pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais, via Grupo de Repressão a Roubos, com apoio da Gerência de Ações Estratégicas na Secretaria Estadual de Saúde.

De acordo com a PCGO, esta é a 2ª fase de investigação onde foi identificado que um grupo criminoso atuava falsificando documentos (inclusive laudos e relatórios médicos) com o objetivo de protocolar ações judiciais em nome de militares estaduais para obtenção de isenção de imposto de renda em decorrência de supostas exposições ao elemento radioativo Césio 137.

Em setembro de 2024, a Operação Fraude Radioativa já havia sido deflagrada com o objetivo de combater fraudes de R$ 20 milhões em benefícios pagos pelo acidente com o Césio 137, considerado o maior acidente radiológico da história acontecido fora de uma usina nuclear.

Segundo o governo estadual, os benefícios, como pensões vitalícias, são pagos para pessoas que trabalharam no acidente radioativo na capital. Entre elas, estão vítimas que desenvolveram patologias causadas pela exposição à radiação.

Suspensão de benefícios

Em outubro do ano passado, após a operação, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) iniciou a suspensão dos benefícios de 644 pessoas que obtinham isenção de imposto de renda alegando falsamente contaminação pelo césio-137. Entre as suspensões, estava um policial militar reformado teve seus benefícios suspensos após a descoberta das fraudes, com um prejuízo estimado em R$ 31.601,76.

Ao todo, os 644 beneficiários teriam causado danos milionários aos cofres públicos.

“Se as isenções baseadas em laudos médicos falsificados continuarem, o estado de Goiás continuará sofrendo prejuízos milionários, além de o Poder Judiciário estar sendo utilizado de maneira indevida”, afirmou o desembargador Carlos França, responsável pela decisão.

Por Laura Braga
Fonte: metropoles.com

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