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‘Nunca é tarde para aprender’: aluna de 70 anos apresenta TCC contando história de vida sem acesso à educação

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Via @maisgoias | Uma história de superação marcou a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), onde uma idosa de 70 anos apresentou um TCC com relato autobiográfico sobre vida sem acesso à educação. Maria de Fátima Abade Barbosa, mulher negra, camponesa e filha de quebradeira de coco babaçu, transformou décadas de exclusão escolar em inspiração ao defender seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Licenciatura em Educação do Campo – Artes.

A defesa ocorreu em 13 de novembro, no campus de Tocantinópolis, e emocionou a comunidade acadêmica. Em seu trabalho, intitulado “Nunca é Tarde para Aprender: A história de vida de uma mulher preta que foi excluída do processo educacional de ensino”, Maria de Fátima narra sua trajetória marcada pela ausência de oportunidades de estudo. A pesquisa foi orientada pela professora Iara Rodrigues da Silva, que acompanhou cada passo dessa caminhada.

Imagem: Divulgação UFNT

O memorial autobiográfico resgata a história de uma mulher que, após décadas longe da escola, encontrou na universidade um espaço de resistência, reconstrução e dignidade. O texto evidencia como a educação se tornou ferramenta de reexistência para uma mulher negra camponesa que rompeu o ciclo da exclusão.

A banca avaliadora, composta pelas professoras Lindiane de Santana e Mara Pereira da Silva, destacou o caráter histórico do trabalho. Para elas, o texto é “um documento de força, fé e liberdade — mais do que um TCC, é um ato de resistência escrito com coragem e dignidade”. O trabalho, segundo as avaliadoras, representa não apenas a jornada individual de Maria de Fátima, mas a luta coletiva das mulheres negras e do campo.

Imagem: Divulgação UFNT

Durante o processo de produção, a estudante contou com a colaboração do acadêmico Vinicius Maciel, da LEDOC–Artes, que a ajudou na organização e escrita do memorial. A parceria reforçou o caráter comunitário do curso e o cuidado com a preservação das memórias de Dona Fátima.

A apresentação, aprovada com louvor, emocionou os presentes e reforçou o compromisso da UFNT com trajetórias diversas e com a valorização dos saberes tradicionais. Prestes a se tornar licenciada em Artes, Maria de Fátima deixa um legado que ultrapassa os muros da universidade: a prova viva de que nunca é tarde para aprender, transformar e reescrever a própria história.

Imagem: Divulgação UFNT

Por Fabricio Moretti
Fonte: maisgoias.com.br

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