Na petição, a que o blog teve acesso, os advogados afirmam pedem ainda que Bolsonaro possa deixar a residência exclusivamente para tratamento médico.
A defesa argumenta que mandar Bolsonaro para um ambiente prisional representaria "risco concreto e imediato à integridade física e à própria vida".
Segundo a defesa, o ex-presidente tem saúde "profundamente debilitada" por conta de infecções pulmonares, esofagite e gastrite, além de um câncer de pele e das complicações decorrentes do atentado sofrido durante a campanha de 2018.
"(...) um mal grave ou súbito não é uma questão de 'se', mas de 'quando'", escreveram os advogados do ex-presidente.
Os advogados citam como precedente o caso do ex-presidente Fernando Collor, condenado por corrupção, autorizado por Moraes a cumprir pena em casa – uma cobertura avaliada em R$ 9 milhões com vista para o mar em Maceió.
Bolsonaro está em prisão domiciliar, mas não cumprindo pena
Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado, mas ainda não começou a cumprir a pena, pois ainda é possível apresentar recursos.
O primeiro desses recursos, chamado de embargo de declaração, foi negado pelo STF. Até domingo (23), a defesa pode apresentar novos embargos de declaração.
Moares, entretanto, pode considerar que esse segundo recurso tem objetivo apenas de atrasar o início do cumprimento da pena, declarar o julgamento encerrado (transitado em julgado, no linguajar jurídico) e determinar que o ex-presidente comece a cumprir a pena.
O ex-presidente está em prisão domiciliar desde agosto, mas não para cumprir a pena, e sim de forma provisória, por descumprir medidas cautelares que haviam sido estabelecidas por Moraes.
Em casos de pessoas já condenadas, a prisão domiciliar costuma ser concedida de modo humanitário para aqueles presos que têm problemas de saúde ou estão em idade avançada, como ocorreu com Collor.
Por Julia Duailibi
Fonte: g1
