Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), os representantes de Leo Luiz Ribeiro deixaram a sessão por discordar da decisão que indeferiu a exibição de fotografias e vídeos, porque o material havia sido juntado sem a antecedência prevista no artigo 479 do Código de Processo Penal.
O TJSP informou que foi determinada a comunicação do fato à OAB e que um novo júri deve ser realizado no dia 25 de março de 2026.
O MPSP informou que os advogados do réu juntaram documentos, imagens e links fora do prazo legal no processo e o juiz havia decido que o material não poderia ser exibido. "Na data de hoje, antes mesmo de começar, os advogados disseram que abandonariam o plenário, caso não pudessem mostrar o material, o juiz afirmou que já decidira e eles deixaram o local".
Relembre o caso
O júri seria realizado seis anos após o caso. Leo Luiz Ribeiro, que tinha 60 anos à época do caso, chegou a ser preso preventivamente, mas atualmente responde ao processo em liberdade.
Ele avançou com a caminhonete sobre um grupo de moradores da ocupação “Marielle Vive”, levando à morte de Luis Ferreira da Costa. Outras cinco pessoas ficaram feridas, entre elas um jornalista que gravava o ato.
Em nota enviada ao g1, a defesa de Ribeiro disse acreditar “na Justiça Brasileira, sobretudo no Tribunal do Júri. Por mais, está totalmente preparada para lutar incansavelmente pelos interesses do Sr. Léo”.
Pedido de adiamento
A Promotoria chegou a pedir o adiamento do julgamento por conta de uma moção de repúdio aprovada pela Câmara Municipal de Valinhos contra o MST que, segundo a acusação, poderia influenciar os jurados.
O juiz considerou, no entanto, que a moção “não possui o alcance e a repercussão imaginados pelas partes”. Sendo assim, manteve o julgamento para a próxima quarta-feira (26), com início às 9h.
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| Integrantes do MST protestam pela morte do idoso atropelado na ocupação Marielle Vive em Valinhos. — Foto: Wesley Justino/EPTV |
Relembre o caso
Ribeiro fugiu do local após o atropelamento, mas foi preso em Atibaia (SP) após ter o carro identificado pelo vídeo de um ônibus parado na manifestação e que flagrou o atropelamento.
Em depoimento à Polícia Civil, que durou duas horas, Ribeiro alegou que acelerou a caminhonete por medo.
O delegado Júlio César Brugnoli, titular do 1º DP de Valinhos, contou que o suspeito disse não ter percebido que havia matado alguém e que acelerou depois de o carro ser cercado pelos manifestantes.
Ao todo, cerca de 400 pessoas participavam do ato, sendo que metade do grupo ocupava a estrada. O trânsito estava bloqueado quando a caminhonete avançou. Segundo o advogado do movimento, Alfredo Bonardo, o motorista estava em alta velocidade.
A ocupação Marielle Vive se estabeleceu em uma área na Estrada do Jequitibá em 14 de abril de 2018. Segundo o MST, cerca de 1 mil famílias vivem no local. O idoso vítima do atropelamento era morador.
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| Luís Ferreira tinha 72 anos e morreu após ser atropelado em ato do MST em Valinhos (SP) — Foto: Arquivo pessoal |
Por Gabriella Ramos, Arthur Menicucci, g1 Campinas e Região
Fonte: g1

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