As informações são do jornal NY Post, que acompanhou o caso desde a abertura do processo contra a Autoridade Metropolitana de Transporte (MTA, na sigla em inglês), em 2017. O site Gothamist, operado pela New York Public Radio, também reportou a indenização milionária.
Segundo a imprensa americana, Luisa estava na cidade para visitar o então namorado, George. Ela desmaiou e caiu sobre os trilhos de uma estação da Atlantic Avenue, onde foi atropelada. A brasileira ficou internada por quase um mês e passou por cirurgias e enxertos de pele.
Os advogados da brasileira argumentaram que a MTA tinha dados de um período de 15 anos para concluir "que era uma certeza moral que pessoas inocentes, como a autora da ação, cairiam nos trilhos se as autoridades não tomassem medidas para instalar dispositivos de segurança nas bordas das plataformas".
"A omissão diante de um perigo conhecido e evitável é a definição de negligência", destacou um dos advogados, David Roth, em declarações reproduzidas pelo New York Post.
Documentos internos da MTA apontaram que a autoridade recebeu propostas para instalar portas nas plataformas em 2011, sem custo. Entra troca, a companhia que instalasse as estruturas poderia se beneficiar da exibição de propagandas nelas.
"Várias dessas empresas, as maiores do mundo, apresentaram planos detalhados demonstrando que poderiam superar todos os desafios de engenharia e instalar sistemas de portas de plataforma em toda a sua extensão", disse outro advogado de Luisa, Bob Genis.
Apesar disso, não houve estudos adicionais para a instalação das barreiras entre esse período e a data da queda da brasileira.
Um tribunal federal do Brooklyn concordou com a alegação da equipe jurídica de que o caso era evitável, numa decisão de semana passada.
Representante da MTA, Tim Minton afirmou que a autoridade vai recorrer. Ele destacou que a agência "não pode falar sobre escolhas feitas décadas atrás", mas pontuou que, até o momento, 109 estações já contam com algum tipo de barreira na plataforma. Minton ponderou que, em boa parte das estações, portas de plataforma não funcionariam por "razões de viabilidade física e acessibilidade".
O NY Post destacou que, no ano passado, um homem que perdeu um braço e uma perna ao cair embriagado no vão do metrô da cidade ganhou, na Justiça, uma indenização ainda maior: US$ 90 milhões. Em junho, porém, um juiz reduziu o valor para pouco menos de US$ 40 milhões (cerca de R$ 215 milhões).
Por O Globo — Rio de Janeiro
Fonte: https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/11/26/turista-brasileira-que-perdeu-braco-e-perna-no-metro-de-ny-ganha-indenizacao-de-quase-r-440-milhoes.ghtml
