No vídeo, o influenciador bolsonarista declarou: “Ninguém vai tirar o Moraes do poder se continuarem jogando dentro das quatro linhas. [...] Pra derrubar o Moraes, tem que ir pela filha dele: Juliana. Juliana Barci de Moraes, a sócia da mãe. O calcanhar de Aquiles. Por que o que deixaria um pai mais fora de controle do que ver a própria filha cair?”.
O influenciador também acusou Moraes de “manipular o jogo” no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Além disso, ele disse que o ministro atuou no caso do empresário Daniel Vorcaro, do banco Master, além de citar sobre o suposto contrato de R$ 129 milhões entre o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, e o banco.
"Ele manipulou o jogo quando a esposa dele foi pega num contrato de 129 milhões com o Banco Master. E se vocês continuarem jogando dentro das quatro linhas, nada vai acontecer. Cabeça de Ovo tem o apoio dos Moreira Salles, a família que vende nióbio para os Estados Unidos da América. A família que essa semana o Brasil todo tentou cancelar, mas conseguiu somente cancelar a Havaianas. Mas adivinha? Vale somente 0,3% da fortuna deles. É tipo perder uma moeda de 50 centavos no sofá", disse o bolsonarista.
Investigação arquivada
No último dia 27, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu arquivar uma representação que pedia investigação contra Alexandre de Moraes e sua esposa.
O advogado Enio Martins Murad havia alegado que Moraes teria atuado em favor do Banco Master. Gonet concluiu que não havia indícios de crime nem irregularidade.
Em despacho, afirmou que o contrato da advogada Viviane Barci de Moraes com o banco não apresentava ilicitude e estava dentro da autonomia da advocacia.
Reações nas redes sociais
Nas redes sociais, muitos usuários criticaram duramente o vídeo, acusando-o de incitar ódio e de colocar em risco a filha do ministro Alexandre de Moraes. “Esse aqui eu vou assistir de perto indo pra jaula, será épico”, disse um internauta. Enquanto outros lembraram que “incitar ódio contra a filha do Alexandre de Moraes” poderia trazer consequências legais sérias.
Ao mesmo tempo, surgiram mensagens que apontavam a contradição de Oliveira viver nos Estados Unidos e estimular ações no Brasil. “É muita marra porque está longe. Queria ver falar aqui do Brasil”, escreveu um internauta. Outro reforçou: “Porque você não vem para o Brasil e faça você mesmo, em vez de mandar os outros?”.
Apesar das críticas, também apareceram manifestações de apoio. Um seguidor agradeceu: “Obrigado Alex, sempre tentando trazer melhorias pro nosso Brasil”, enquanto outro defendeu que “se o povo não for pra Brasília igual no Nepal, nunca vão respeitar a gente”. Um foi mais agressivo e chegou a perguntar ironicamente: 'onde tem curso de sniper?'.
Origem
A polêmica sobre o contrato foi inicialmente divulgada pela jornalista Malu Gaspar, em coluna publicada em O Globo, e depois repercutida por Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
Segundo essas reportagens, uma suposta “cópia digital” do contrato teria sido encontrada no celular do empresário Daniel Vorcaro durante a Operação Compliance Zero da Polícia Federal. O documento, porém, não apresentaria assinaturas de Viviane Barci de Moraes ou de seus sócios, o que levanta dúvidas sobre sua validade como contrato efetivo.
Além disso, também chegou a ser veiculado que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em pelo menos quatro ocasiões para tratar da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).
O que disse Moraes e Galípolo
O ministro Alexandre de Moraes divulgou nota oficial negando ter tratado da compra do Banco Master pelo BRB com Galípolo. Segundo Moraes, os encontros que manteve com o chefe da autoridade monetária tiveram como pauta apenas discussões relacionadas à Lei Magnitsky, sem qualquer vínculo com a operação do banco.
Já o Banco Central, sob comando de Galípolo, rejeitou a compra do Master pelo BRB em setembro, apontando falta de viabilidade econômico-financeira para o negócio. O presidente do BC também negou que tenha discutido a transação com Moraes, reforçando que a decisão foi técnica e baseada em critérios regulatórios, sem influência política.
Provas?
A reportagem do Brasil 247 publicou uma reportagem que, após consultas feitas via Lei de Acesso à Informação (LAI) a órgãos como o Banco Central e o Cade, não foram encontrados registros que comprovassem qualquer atuação do escritório da advogada Viviane Barci de Moraes nesses âmbitos.
Por Redação Bnews
Fonte: bnews.com.br
