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Servidor da CGU que agrediu mulher no DF pode pegar 10 anos de prisão

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Via @metropoles | O auditor da Controladoria-Geral da União (CGU) David Cosac Júnior, de 50 anos, flagrado em vídeo agredindo uma mulher e uma criança de 4 anos, pode pegar mais de 10 anos de prisão, segundo a delegada-adjunta da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), Elizabeth Frade.

Se for condenado, Cosac pode pegar mais de 10 anos de prisão, somadas as duas penas. “Ele pode pegar até cinco anos de prisão por cada um dos crimes e pode ter aumento de um terço da pena da prisão pelos maus-tratos feitos a uma criança de menos de 14 anos”, explicou a delegada.

A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) indiciou o servidor por lesão corporal contra a sua ex-mulher e por maus-tratos contra o filho dela, de 4 anos de idade. A gravação do episódio de violência doméstica foi revelada pela colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, na última terça-feira (23/12).

O episódio de agressão ocorreu por volta das 19h40 do dia 7 de dezembro, no estacionamento de um prédio residencial.

Nas imagens, a mulher aparece segurando a criança no colo, aparentemente dormindo sobre seu ombro, quando, de forma repentina, David avança contra os dois e passa a desferir tapas no menino.

Em seguida, mãe e filho caem no chão, mas as agressões continuam. O auditor segue atacando as vítimas e chega a puxar a criança pelo braço. Na tentativa de protegê-lo, a mulher se deita sobre o menino.

Após os dois se levantarem, o homem volta a agredir a criança, desferindo um tapa violento na cabeça do garoto.

Moradores que presenciaram as agressões acionaram a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Apesar disso, o homem não foi preso.

Nomeado em 2007 como analista de Finanças e Controle da CGU, David Cosac Júnior passou a atuar, em 2016, como auditor federal de Finanças e Controle do órgão. De acordo com dados coletados pela coluna no Portal da Transparência, o salário mensal recebido pelo servidor gira em torno de R$ 25 mil.

Investigação

Procurada, a PCDF informou que, na data dos fatos, recebeu uma denúncia anônima relatando que um morador de um edifício em Águas Claras havia agredido uma mulher e o filho dela. A denúncia foi acompanhada por um vídeo das agressões.

Uma equipe policial foi ao endereço, onde o suspeito recebeu os agentes na presença do subsíndico do prédio. Aos policiais David alegou que havia encerrado o relacionamento com a mulher e que os dois se desentenderam, entrando em vias de fato.

Segundo a corporação, o autor telefonou para a ex-namorada agredida e repassou o aparelho a uma agente da delegacia, que conversou com a vítima. A mulher afirmou que havia terminado o namoro e que não desejava registrar ocorrência contra o agressor.

Ainda conforme a PCDF, a agente orientou que a criança fosse apresentada na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) para, posteriormente, ser encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML).

O subsíndico se comprometeu a preservar as imagens do episódio e apresentá-las à unidade policial. Ele afirmou, ainda, não ter conhecimento de episódios anteriores de violência doméstica envolvendo o suspeito.

Condenação

O servidor possui antecedentes por comportamento agressivo. Em 2019, o servidor público foi condenado pela Justiça do Distrito Federal após agredir verbalmente e ameaçar o gerente de um estabelecimento comercial.

A confusão teve início no caixa de um supermercado em Águas Claras, em 2017, devido a uma divergência de preços em dois produtos. Segundo o relato do processo da época, a demora na correção do valor teria irritado o servidor público.

Quando o gerente da loja tentou intervir e solicitou que David se dirigisse a outro caixa para agilizar o atendimento dos demais clientes, o auditor teria chutado o carrinho de compras, repetidas vezes.

Medidas protetivas

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou, nessa quarta-feira (24/12), medidas protetivas contra o auditor.

O Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras concedeu as medidas em favor da criança de 4 anos.

Por sua vez, a mulher dispensou medidas protetivas para si. Ela justificou que ambos trabalham no mesmo órgão e moram próximos, e que ele teria garantido que não a procuraria. No entanto, considerou prudente a proteção para o filho.

As medidas protetivas estabelecidas pela Justiça determinam que David está proibido de se aproximar da vítima, devendo manter uma distância mínima de 300 metros. Além disso, foi imposta a proibição de manter contato com o menor por qualquer meio de comunicação.

Por fim, o agressor está impedido de frequentar o endereço residencial da criança em Águas Claras, para preservar a integridade física e psicológica do ofendido.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, nesta quinta-feira (25/12), sobre o caso do servidor. O presidente afirmou que determinou a expulsão do homem.

“A agressão covarde de um servidor da Controladoria-Geral da União contra uma mulher e uma criança, divulgada em vídeo pela imprensa, é inadmissível e precisa de uma resposta firme do Poder Público, considerando tratar-se de um servidor federal. Por isso, determinei ao ministro Vinícius de Carvalho, controlador-geral da União, a imediata abertura de processo interno para responsabilização e expulsão do serviço público do agressor”, declarou Lula por meio de um post no X.

Por João Paulo Nunes
Fonte: metropoles.com

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