Advogado diz que médica mentiu para ajudar pais doentes e canil de cães de rua

O advogado da médica Myriam Priscilla condenada por mandar cortar o pênis do ex-noivo, mentiu sobre emprego para sustentar os pais  e um canil

Quando recebeu o direito de passar para o regime semiaberto, ficou decidido que ela trabalharia em uma instituição específica, como secretária. A médica foi até o local tentar uma vaga de emprego, mas não conseguiu. Depois de ter o cargo negado, foi em busca de uma nova colocação no mercado como médica e conseguiu como atendente do programa de saúde da família na Grande BH. Por isso ela teve o benefício suspenso.

Apesar de ter burlado sua sentença, de acordo com Giovanni Caruso Toledo, Myriam não deveria ter perdido o direito de trabalhar.

— Negar o direito de trabalho dela é negar o direito de ressocialização. Houve um erro sim, mas qual a gravidade deste erro? Ela tem os pais de idade e enfermos, além disso, tinham as despesas com as quais ela arca por manter um canil com cerca de 30 cães de rua. Ela ficou desesperada.

Segundo o advogado, em até um mês o juiz deve definir se a médica tem o direito de trabalhar.

Em entrevista concedida à Record Minas, Myriam disse que é inocente e acusou o pai, Walter Ferreira de Castro, de 76 anos, e um homem com quem já se relacionou pelo crime.

— Tive muita raiva pelo que eles fizeram. Mas meu pai é meu pai. Ele nunca vai deixar de ser meu pai. Eu sei que o que fez foi para defender a filha.

Segundo a médica, o motivo do crime foi vingança. Ela teria ficado grávida e foi espancada até perder o bebê.

— Na revisão criminal com certeza vai estar anexado o laudo do hospital. Inclusive, não posso ter filho por causa disso.

Relembre o caso 

Myriam cometeu o crime em 2002 e foi condenada em 2009, mas ficou em liberdade até 2014 por conta de recursos. Mesmo condenada, o Conselho Regional de Medicina permitiu que exercesse a urologia, que cuida justamente do aparelho genital masculino.

A vítima rompeu o relacionamento com Myriam Castro na semana em que subiria ao altar. Revoltada, ela incendiou o carro e a casa do ex-noivo e ameaçou atacá-lo. Dias depois, W.J.S. foi cercado por dois homens contratados pelo pai da médica. Os homens avisaram que estavam a mando de Myriam Castro e do pai dela.O irmão da vítima foi obrigado a assistir à mutilação e desmaiou ao testemunhar a cena. Mesmo depois da mutilação ela voltou a procurar o rapaz, segundo depoimentos prestados à Polícia Civil.

Fonte: noticias.r7.com
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