No Brasil, a polícia prende e a Justiça solta?

http://goo.gl/AC3IW7 | Não raro, muitos comentaristas de programas policiais de televisão ou mesmo aqueles que, não sendo policiais, acabam abordando assuntos voltados para o problema da violência costumam dizer que, no Brasil, a polícia prende a e justiça solta e, por conta disso, chegam a defender a redução da maioridade penal, a prisão perpétua ou até a pena de morte para quem for taxado de bandido.

Verdade é que a história não é bem assim, ora, recentemente o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou uma cifra de mais de 711.463 como sendo a nova população carcerária brasileira, entre presos dos regimes fechado, semiaberto, aberto, provisório e domiciliar. O que não é surpresa, uma vez que os números apresentados já eram esperados. Com um agravante, se se cumprisse o número de mandados de prisão em aberto, a população carcerária brasileira saltaria para mais de 1.000,000 de presos!

Com essas estatísticas, o Brasil ultrapassou a Rússia e passou a ser o detentor da terceira maior população carcerário do mundo.

Lamentavelmente, duas coisas esses comentaristas de telejornais não contam: a quantidade exorbitante de presos que é de mais de 700 mil e quem são eles. Mas se você ainda não sabe, passará, a saber, a partir de agora.

Essa história de dizer que, no Brasil, a polícia prende e a justiça solta não é bem assim como tentam fazer descer em nossas gargantas. No Brasil, somente ficam presos pessoas que não conhecem as brechas da lei, negros e pobres. Como assim, ricos, brancos e magistrados não podem ser bandidos? Bem, se analisarmos de um ângulo voltado para indivíduos ricos, brancos e magistrados quando momentaneamente recolhidos para os presídios brasileiros, chegaremos à conclusão, num passo acelerado de que realmente não, haja vista que a prisão por si só não deve, de modo algum, ser tomada como uma referência segura para se saber quem comete crime no Brasil, ora, quem de fato está preso no Brasil por desvio de verbas do metrô de São Paulo, da Petrobras, pelas muitas lavagens de dinheiro e pelas muitas outras animações criminais e corruptivas?

Como sempre, o perfil do preso brasileiro se desenha por jovens pardos e de baixa escolaridade, ou seja, os presos brasileiros são os negros, os pobres, analfabetos, desempregados, desabitados e as pessoas que não possuem sequer o quarto ano escolar ou o ensino fundamental completo. Sendo aqueles entre 18 e 24, a maioria dos presos.

Claro, num País com uma população de 200 milhões de habitantes, no qual, as autoridades públicas não apresentam políticas públicas capazes de inserir a juventude no seio social, os resultados não poderiam tomar outros rumos: menos escolas e mais presídios.

Por Gilson Vasco
Fonte: dm.com.br

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