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VÍDEO: motoqueiro r0ub4 celular de vereador que fazia vídeo com Tom Zé

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Via @portalg1 | Um motoqueiro roubou o celular de uma assessora do vereador Nabil Bonduki (PT) enquanto o grupo gravava um vídeo com o cantor Tom Zé na tarde desta sexta-feira (22), em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. O crime aconteceu na calçada da Rua Doutor Homem de Mello.

Nas redes sociais, o vereador relatou o caso e criticou a falta de segurança.

"Acabo de ser roubado enquanto gravava um vídeo com o Tom Zé. Estado e cidade sem segurança pública", escreveu.

Segundo o g1 apurou, eles estavam gravando um vídeo para a cerimônia de entrega do título de cidadão paulistano, que será entregue ao Tom Zé na Câmara Municipal em setembro.

Em um vídeo gravado por câmera de segurança, é possível observar que o criminoso se aproximou de moto, pela calçada, e levou o aparelho rapidamente, sem ferir ninguém.

Uma mulher do grupo chegou a correr atrás do ladrão, mas não conseguiu alcançá-la. O grupo, que conversava no local, ficou assustado com a ação.

Um motoqueiro roubou o celular de um grupo que estava com o cantor Tom Zé e o vereador Nabil Bonduki (PT). — Foto: Arquivo pessoal

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não respondeu sobre o caso até a última atualização desta reportagem.

Furtos e roubos de celulares

A cidade de São Paulo registrou, sozinha, 18,5% de todos os roubos e furtos de celulares ocorridos no Brasil em 2024, mesmo concentrando apenas 5,6% dos habitantes do país. Já o estado contabilizou 31,4% desse tipo de crime. Os dados fazem parte do 19ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (24).

De acordo com o levantamento:

• 169.556 aparelhos foram subtraídos na capital paulista no último ano;

• O equivalente a 19 celulares levados por hora pelos criminosos;

• A taxa proporcional foi de 1.425,4 mil ocorrências por 100 mil habitantes,

• O número coloca São Paulo como a terceira cidade com a maior taxa do país, atrás apenas de São Luís (1.599,7) e Belém (1.452,2);

• Em números absolutos, São Luís registrou 17.406 celulares subtraídos; Belém, 20.310.

O documento também revela um cenário de industrialização do crime envolvendo celulares, desde a abordagem nas ruas até a exportação clandestina para o exterior (leia mais abaixo).

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que os furtos e roubos de celulares caíram 4% no estado nos primeiros cinco meses deste ano. (leia nota completa abaixo)

Crime em escala industrial

O estudo aponta que os roubos e furtos de celular deixaram de ser um ato isolado e passaram a funcionar como parte de uma cadeia organizada, que inclui receptadores, especialistas em desbloqueio, golpistas digitais e até exportadores de aparelhos. Algo em uma escala quase industrial.

Segundo o doutor em Ciência Política Guaracy Mingardi, um dos autores do relatório, essa estrutura funciona como uma linha de produção:

"O criminoso da ponta é o elo mais fraco e visível. Assim que rouba o celular, ele repassa para o receptador e logo parte para outro crime", apontou o especialista.

Mingardi explica que, após a pandemia de Covid-19, os aparelhos passaram a mediar quase todos os aspectos da vida das pessoas. Isso intensificou o interesse dos criminosos pelos equipamentos, ditando a dinâmica da criminalidade no país, especialmente nos grandes centros urbanos.

"Existem pelo menos dois caminhos conhecidos para os celulares roubados: venda local e no exterior do hardware do equipamento ou desmonte e comercialização de suas peças em lojas e assistências técnicas irregulares".

O 1º passo é tentar acessar banco e redes sociais da vítima

Logo após o crime, o objetivo é acessar dados da vítima, especialmente informações bancárias, senhas e contas de redes sociais. Se o aparelho estiver desbloqueado ou se o criminoso conseguir alterar a senha, os lucros podem ser imediatos.

Caso contrário, o serviço fica por conta dos especialistas em desbloqueio, geralmente ligados a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Quando o golpe não dá certo, entra o “desmonte” ou a exportação

Se o uso fraudulento do aparelho não for possível, o crime entra em uma segunda etapa: revenda das peças ou envio para o exterior. A desmontagem é feita em oficinas clandestinas e assistências técnicas que operam fora da legalidade, principalmente no Centro de São Paulo.

"Um fenômeno interessante é que as peças dos aparelhos mais novos não têm tanta saída, já que as partes (a tela é a mais vendida) estão disponíveis e, apesar de custarem mais, possuem locais de venda oficiais ou semioficiais. Já para os que não estão mais no mercado, a situação é outra. Segundo lojistas, quando a peça é vendida como similar, tem boa probabilidade de ser legítima; quando ela é original, no entanto, é provável que seja fruto de delito", diz o documento.

Marcas ou modelos não mais comercializados no país não têm estoques legítimos, e as empresas nem se interessam por repô-los. Portanto, quem compra uma peça dessa stem grande chance de lidar com mercadoria ilícita.

Por Rodrigo Rodrigues, g1 SP — São Paulo
Fonte: g1

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