Fome, sujeira e descaso: Justiça afasta freiras suspeitas de maltratar idosos em abrigo

goo.gl/S424gN | Quatro feiras suspeitas de praticar maus-tratos a idosos abrigados na Casa São Vicente de Paulo, localizada em Paragominas, no sudeste do Pará, foram afastadas da administração da instituição. O Ministério Público do Estado (MPE) inspecionou o abrigo e identificou condições inadequadas de higiene, apropriação de dinheiro indevido, restrição de alimentos, dentre outras situações que violam o Estatuto do Idoso.

O afastamento foi determinado pelo juiz Wander Luís Bernardo, da 2ª vara cível e empresarial de Paragominas, em resposta ao pedido MPE. A decisão do juiz, tomada nesta sexta-feira (29), afasta as freiras da administração da Casa São Vicente de Paulo. Elas têm 24h para retirar seus pertences pessoais do abrigo e deixar o local, com multa diária de R$ 1 mil caso descumpram a decisão.

Fome, sujeira e descaso

A Casa São Vicente de Paulo está localizada na rua Niterói, na região Jardim Bela Vista, em Paragominas, e abriga atualmente 22 idosos. Após receber denúncia de maus-tratos aos idosos, o promotor Reginaldo Álvares, titular da Promotoria de Justiça do município, inspecionou o local e constatou irregularidades graves, como a restrição à alimentação. A última refeição é servida às 17h.
“O alimento é igual para todos, sem distinguir se possuem hipertensão ou diabetes. É estarrecedor que os idosos fiquem desde às 17h de um dia até o dia seguinte sem nenhuma alimentação”, explicou o promotor.

Ainda segundo o promotor, um cuidador trabalha no local no horário reduzido de 8h às 17h, deixando os idosos sozinhos a partir de então. As roupas utilizadas pelos idosos, fruto de doação, costumavam ser vendidas pelas freiras em uma loja vizinha ao abrigo. A área externa concentra lixo e tem forte cheiro de urina. Também não há assistência médica frequente e nem atividades com os abrigados, que ficam ociosos.

Também foi constato na inspeção que as freias ameaçavam despejar os idosos que denunciassem os maus-tratos. As missionárias teriam proibido visitas aos abrigados aos finais de semana. Idosos relataram ao promotor que as freiras retinham integralmente o benefício social pago aos abrigados, que deveriam receber 30% do valor.

Fonte: G1

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